quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

enfim lhe dou um nome, fantasia de cor vermelha
mas não ouso pronunciar
você continuaria fazendo a única coisa que lhe vejo fazer desde que nos apresentamos: ir...
então lhe deixo, 
sem interrupções...
essa pressa toda deve te guiar pra um lugar desejado...
então lhe deixo
alí
nem lhe interrompo
pra que chegues mais rápido, alí
o falcão já voa
e eu fico por terra admirando o voo

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Madrugada de um domingo esperado, quase desistido.
A moça dos olhos curiosos quer anular ou congelar, até que decida o que fazer consigo.
Alguém vai deixando de existir dos seus sonhos... E sentamos juntas, vendo o nascer das flores que lhe brotam por entre os dedos.
Enche-o de terra, antes que se mova o passo do personagem fictício.
Pra cada um que vai...
uma flor lhe brota à pele.
Não se deixa nascer espinhos...
Mas se eles teimam em nascer, deseja virar do avesso, e então não espetará os espectadores.
Suas cortinas dançantes se assemelham a vestidos...
Vermelhos corações...
pés passando atrás do palco
som do sapateado desproposital
quantos pés foram enterrados em seu coração?
nem um.
a moça dos olhos curiosos quer voar,
e se despertence dos pertences
a vida lhe vira de ponta cabeça
sacode os bolsos
"estou nua".
não existem bolsos
nem pés
nem corações
nem cortinas
nem pertences.
não pertences.
Não importa...
Já já amanhace e não sabemos o que fazer conosco.
Esperemos brotar a rosa do sol.
Esperemos...

19 de abril