Em verdade o meu pensamento é egoísta: tomara que o tempo não me engula!
Tomara que eu perceba quem sou, e me perca totalmente, antes que alguém tenha de vir virar a ampulheta…
Já faz muito tempo e eu estou exausta.
Meus olhos choram palavras em braile, mas quem aqui sabe ler braile? Nem eu sei.
Choro por mim, por falta de mim, e por excesso de mim. Olho em minhas próprias pupilas, e só olho. Me enxergo pouco. A única coisa que se dilata no escuro entre a íris do eu ser, é a insegurança. Minha maldita companheira ciumenta…
Wara Rêgo, Gabriela.