Os lábios que sentem o gosto do cheiro da pele
Tremem com um talvez que ecoa entre eles enquanto perto dos outros lábios.
O suspiro desmedido que arranha a nuca arrepia.
As palavras que fazem oferenda ao pé do ouvido
E reverbera pelo resto do corpo,
Gastando desejo em transpiração.
A direção dos olhos, que à essa altura já se perdem,
Permanecem fechados pra só sentir.
As mãos, que não se guardam mais, agora caminham.
E nesse meio tempo infinito a paciência se esquece.
Cansa no descompasso de conter a vontade
Que quase desconhece o controle
E se escuta reclamar o silêncio absurdo que pede
Que as bocas não se aguentem mais de uma vez...
E agora que some a pequena distância entre elas
Línguas se encontram.
Aí ninguém mais sabe o tempo que dura até que não se encontrem mais.
(não sei de quem é)
domingo, 29 de dezembro de 2013
Quem achar, me avisa!
Desapareceu!
Nem uma marca...
Sumiu,
mudou,
só existe dentro da cuca.
Olho os olhos frios, sem cor,
não reconheço mais.
Aquele sorriso
agora não tem encanto.
Veio se apagando aos pouquinhos,
mas agora já foi,
(repito)
sumiu!
A lembrança ainda existe, mas não a reconheço.
Quem é ela agora?
Quem é que habita alí?
Quantas dúvidas e tristezas cabem naquele olhar?
Não posso mais tocar aquela menina,
a lembrança mais palpável estão dentro da caixa vermelha.
E as maiores aqui dentro de mim.
Ela se engoliu, mas sumiu.
Em que canto deixaram perdida Ana?
Nem uma marca...
Sumiu,
mudou,
só existe dentro da cuca.
Olho os olhos frios, sem cor,
não reconheço mais.
Aquele sorriso
agora não tem encanto.
Veio se apagando aos pouquinhos,
mas agora já foi,
(repito)
sumiu!
A lembrança ainda existe, mas não a reconheço.
Quem é ela agora?
Quem é que habita alí?
Quantas dúvidas e tristezas cabem naquele olhar?
Não posso mais tocar aquela menina,
a lembrança mais palpável estão dentro da caixa vermelha.
E as maiores aqui dentro de mim.
Ela se engoliu, mas sumiu.
Em que canto deixaram perdida Ana?
"Levanta-te"
Os passos poucos, e fundos... Vão ficando cansados. E lá atrás, já não se vê muita coisa.
Talvez por já estarmos por cá.
O vento vai soprando um pensamento daqui, outro de lá.
Já não importa olhar pra trás.
Pra trás... não!
Nos importa olhar.
E me inclino, como quem busca uma posição confortável.
Olho pra cima e me acomodo. É confortável para os olhos.
Caminho... Levando o bolso vazio, e o peito leve, mas cheio.
Tropeço lá na frente derrubando a tinta do céu e me dou conta que já é noite, que já tempo de voltar pra casa, ou de mergulhar no breu que deixei.
É preciso reaprender a andar... E me faz rir isso de eu falar sério.
Talvez por já estarmos por cá.
O vento vai soprando um pensamento daqui, outro de lá.
Já não importa olhar pra trás.
Pra trás... não!
Nos importa olhar.
E me inclino, como quem busca uma posição confortável.
Olho pra cima e me acomodo. É confortável para os olhos.
Caminho... Levando o bolso vazio, e o peito leve, mas cheio.
Tropeço lá na frente derrubando a tinta do céu e me dou conta que já é noite, que já tempo de voltar pra casa, ou de mergulhar no breu que deixei.
É preciso reaprender a andar... E me faz rir isso de eu falar sério.
Casca
De vez em quando tenho medo que para as pessoas, eu não passe dessa casca cinza que faço questão de demonstrar ser: por fora. Aqui dentro é vasto, perigoso, escorregadio e venta demais. Só eu conheço, mas ainda assim não é tudo. Essa casa grande ainda tá em construção, e me assusta.
A diferença entre o que deixo escorrer, e o líquido dentro da jarra, é totalmente discrepante.
Num dia qualquer, sem números iguais, sem rimas, sem nada, vou me assumir corajosa.
Todas as partes de mim estarão ao vento.
Minha voz: canto de pássaro.
Meus pés: asas.
O coração acenando da lua para os olhos curiosos.
Ainda assim estarei perdida, ainda assim os meus nomes dissipados farão parte de mim,
e do que os meus olhos não alcançam.
É assim que sou eu.
E mais um monte.
A diferença entre o que deixo escorrer, e o líquido dentro da jarra, é totalmente discrepante.
Num dia qualquer, sem números iguais, sem rimas, sem nada, vou me assumir corajosa.
Todas as partes de mim estarão ao vento.
Minha voz: canto de pássaro.
Meus pés: asas.
O coração acenando da lua para os olhos curiosos.
Ainda assim estarei perdida, ainda assim os meus nomes dissipados farão parte de mim,
e do que os meus olhos não alcançam.
É assim que sou eu.
E mais um monte.
Quantos?
A gente passa a vida inteira buscando entender essa coisa estranha que brilha em nossos olhos, em nosso âmago. Até se deparar olhando os olhos duma outra criatura.
E todo esse buscar parece enfim ter encontrado um "chegar".
À primeira vista é.
Na verdade, de verdade é.
Mas... quantos "chegares" a gente vai encontrar nas andanças e buscas dessa vida?
E todo esse buscar parece enfim ter encontrado um "chegar".
À primeira vista é.
Na verdade, de verdade é.
Mas... quantos "chegares" a gente vai encontrar nas andanças e buscas dessa vida?
Imaginações sob a lua crescente
Em busca de carícias acabei parando em sua cama.
Deitei e te abracei
feito criança quando sente medo. Te beijei
a curva – a primeira e ultima – sentindo a delícia do seu cheiro. Você
me apertou.
Sentei na cama, te olhando por uns segundos, sem palavra
alguma a ser dita, possuída pela insegurança, pelo desejo...
Você me olhou e sorriu, como quem quisesse me despir desse
receio – e o corpo - .
Sorri de volta, abaixando a cabeça, tímida, não esperando
qualquer reação tua.
Me peguei observando cada gesto, desde quando sentou, até me
fazer fechar os olhos. Me alisou com a ponta dos dedos – foi impossível não
notar o meu nervosismo, eu sei – até me segurar o rosto e aproximar os lábios (ah,
seus lábios) dos meus.
Eu era sua, e estaria condicionada a isso pra sempre.
Meu tato, paladar, audição... estavam todos aguçados, e eu
me derreti em teus braços em pouco tempo. Te apertei em meu peito, te puxei pela
nunca, te beijei o pescoço. (Assim, em sequencia)
Lembro de ter me mordido o lábio inferior, até parar com um
sussurro no ouvido:
- Deita!
Deitei.
Te despi de tudo. Me
despiu de tudo. Debaixo pude ver teus seios brancos, e a curva que seu corpo
fazia.
Você me despiu debaixo pra cima, e foi me beijando as
pernas. Me lambeu os seios, e não contive o gemido. Era a primeira vez que o
amor me fazia gemer, e enfim me despia.
Eu a despi e decifrei.
A última lembrança é de ter acordado com nossas mãos
entrelaçadas, a tua respiração quente em minha nuca. E meu coração inchado de
amar.
Gabriela Wara Rêgo.
- Para meu único amor platônico vivo -
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